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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Para os que foram, os que vão e para aqueles que estão indo agora

Aturdido e atônito
Essa tua ausência de dizeres que criam uma brecha
Que amarrotam o fio, torcem ele de forma imprecisa
Quantas lágrimas eu já fiz alguém derramar
Aquelas do pranto triste e da felicidade atordoante
Aquela lágrima confusa, que se faz dividida
Escorre na face e tem um sabor doce e também amargo


Enviem cartas
Vãs tentativas de atender
Ah, e se assim eu me for?
Se me restam 24 horas?

Divino em horários
Preciso como uma bala.

Chute, cuspa, esmurre teu féretro.
Corpo ardiloso que escorre e tento manter


Oh, como tu és interessante.
Parcas palavras, parcos pensamentos.
Aqui eu noto o abismo novamente.
Vejo uma linha que diz: Ou tu te forças e fica aqui, vil pedregulho
Ou salta e poderá enxergar nem que por um breve momento
durante teu rápido salto, o horizonte
e além do horizonte, as tormentas que vem ao teu encontro
e depois dessas, a calmaria do céu.


Não sabes como lidar
Esse silêncio bobo
Ou talvez temeroso (que é o que eu mais temo que aconteça)
É chance para outras gargantas gritarem por entre as vielas
Que eu aqui caminho
Ah doces permissões
Concessões para os nobres
Permita-se
Sem medo, diga o que te vem a mente
Ou o que irá te surgir na cabeça


Que noite...
Qual noite...
Essa noite...
Alguma noite...

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Vocabulário dentro da meia noite


Ai eu acabei dizendo :

Eu ja tentei falar devagar,
mas nao consigo
é muito difícil.
As vezes eu vejo meu vocabulario
e queria que ele fosse mais requintado
as vezes que fosse mais pobre
ai eu vejo que ele só é meu vocabulario
e fico contente com isso.

domingo, 18 de setembro de 2011

Luzes da Ribalta

     Sinto-me faminto e devo dizer que também faminto por palavras. Nunca fui habituado a saciar meu corpo somente com alimento, mas meus ouvidos, minhas mãos, meu nariz, meu olhos e minha boca sempre pedem por mais. Sejam por toques inconcebíveis, sabores novos, sons antes inaudíveis, fragrâncias cujo um Grenouille não seria capaz de sentir e cores que eu nunca antes havia percebido. 


     No atual momento, eu só precisaria ouvir o toque dos sinos de uma garganta, como os sinos que anunciam as passagens do dia. Estou virado de costas para o público, estático sobre a ribalta e momentaneamente cego por um dos refletores que ilumina somente a mim. Uma luz alva que adormece cada pedaço meu, seja dentro ou fora do meu corpo. Fito sem cessar aquela grossa cortina de veludo um pouco rosada, esperando ansiosamente pelo próximo ato. Meu roteiro está pronto, minhas falas decididas, mas não ensaiadas.
     
     Como hoje me fora dito, se é criativo, jamais será teórico. Concordo e devo ainda dizer que, poetas são aqueles que não acreditam que fazem poesia, músicos não se empenham em simplesmente fazer música, cronistas não fazem simples crônicas, pintores não jogam simplesmente tintas na tela, desenhos não são feitos após longos treinos e um ator não simplesmente aprende a atuar. A arte, a criação, seja de qual forma você possa imaginar, NUNCA é ensinada, NUNCA é aprendida. A origem desse seio artístico, eu pouco me importo, pois estabelecer origens é simplesmente impossível quando as coisas acontecem no meio. Mas que seja, os seres criativos, de uma forma ou de outra não podem aprender a criar. Vamos dizer que o artista nasce sendo artista, Porém, talvez haja algum estimulo, alguém que lhe de um pequeno empurrão, mas isso só ocorre pois já havia predisposição daquele que foi empurrado. Engraçado que nunca houve quem me empurrasse, aprendi a caminhar de forma cambaleante, por vezes taciturno, mas também explodindo sobre o convés desse grande navio que é a minha vida e que navego incessantemente nos oceanos das muitas existências.

     Enquanto eu lia aquele livro, notei que as mãos estavam coradas com um pouco de sangue, cogitei brevemente ser o sangue de um certo personagem, mas os livros, as historias não se confundem tanto assim com a vida. De encontro ao espelho, retesei e vi um pequeno filete de sangue escorrer pelo lado esquerdo da minha face. Tentava conter, mas de nada adiantava. Olhou com cuidado o livro e percebeu que nada havia ficado manchado. Estancava aquele pequeno corte como se fosse possível sufoca-lo como uma boca que respira e que haveria de ser morta. Lavou o rosto e aquela água fria evaporava quase que instantaneamente de seu rosto e embaçava-lhe as lentes que a mais de anos o ajudam a enxergam melhor. Enxugou o lado direito do rosto e deixou o outro lado da face ainda úmido. Não queria sujar aquela toalha com uma ninharia sanguínea. Era como se ali houvesse duas faces, a da direita seca e quente, a da esquerda molhada e fria. A sensação era única e a vontade de descreve-la (como faço agora) maior ainda. 

     Nessa caminhada, esse sair caminhar que é a vida de cada ser vivo, cada criatura que habita esse planeta, eu desejo soprar um fio de esperança, alegria, amor, confiança, saudade e tudo mais que seja possível de ser pensado. Ou eu caminharei sempre junto, se assim tu decidir, e quando dou minha palavra eu sigo ela até o fim. Pois bem sabe que eu nunca procurei faltar com a minha lealdade e fidelidade. Ou deixo o palco, saio das luzes da ribalta de uma vez por todas e assim irei em busca de novos roteiros e encontros da minha existência. Pois conforme eu disse uma vez e volto a repetir, "sair sem dar meia volta, enquanto ainda existe do que sentir falta."

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Um experimento?

     Após sonhos inquietantes, eu acordei. Mas como em uma frustração literária, não me tornei em um gigantesco inseto. Se assim fosse, minhas maiores preocupações seriam em como eu poderia me virar ou me cobrir.
     Acordei com uma ânsia, com uma pequena preocupação e adormeci logo em seguida.
     Quando menos percebo, meus olhos estão abertos e coberto por três mãos estavam naquele sonho, sinuoso pesadelo.
     Me faço desperto incontáveis vezes nessa manhã e cada vez pensamentos e preocupações diferentes me invadem e me extrapolam....
E na última hora, quando sem saber iria despertar pela última vez, deito-me sobre a parte mais rígida do leito e ali tomo por minha cornija de minuto. Deito com a face voltada para a terra e os pensamentos, tão meus, repetem sem cessar:

" É único e desfruta agora de tua rápida meditação. Nesse breve instante o universo é somente teu, solitária criatura que espalhou prodígios verbais e que hoje são usados de forma que inclusive amortece seu próprio corpo.
Esvazie tua mente, nada de pensamentos, sinta o vazio esvaziar, ser vazio nutritivo e logo em seguida lembrar que as possibilidades de vida são tantas, as porções de coisas a serem feitas, o quanto tu és melhor que agora e nem por isso cria expectativas. Em minha mente existe uma decisão? 
Sei que sonhei com proximidade o sonho de alguém, não seria a primeira vez que isso acontece."

     Falava a mim mesmo, como seu eu estivesse de fora olhando-me deitado na cama. Como um espirito que conversa com alguém, uma criança que lamenta sobre o corpo do pai ou um amante que fica conversando com sua amada ainda enquanto estão deitados na cama, seja antes ou depois de explodirem em prazer. Sendo que o prazer não precisa ser necessariamente o do sexo.

     Olho o relógio e são quase meio dia. Lembro que em algum lugar talvez seja meia noite. Penso um pouco sobre o que podem ser as horas.
Levanto e me permito tomar uma caneca de café bem forte e que deixa em brasas todo o trajeto que a bebida realiza. O calor desse liquido me leva a pensar que, no fundo, as coisas continuaram as mesmas. Talvez nunca tenham mudado. Escrevo um pouco e olho pela janela. Olho alguns livros e fico notando o reflexo das letras douradas que estão localizadas em suas lombadas e que ficam refletindo de forma indiferente ao meu movimento na cadeira. Movimento esse que serve para deslocar a claridade por sobre as letras.

     Recordo sem mais nem menos, de uma certa noite, onde vestiram-se de algo que me aquecia.

     Faço perguntas que eu já sei as repostas, mas preciso ouvir. Sou assim, cronicamente questionador. Cavando até o fundo da minha curiosidade. Alimento-me e depois, durante o banho, fico repetindo em alhures o que eu queria escrever aqui. Penteio rapidamente meus cabelos e volto ansioso. Sento e começo a escrever. O que eu não esperava é que por fim eu tomasse uma forma simplória de expressionismo e levemente autobiográfica.
     Continuo ansioso e meu receio é de que eu continue assim por algum período, como aquelas pedras na areia da praia, cujo a força do oceano não consegue move-las, ao menos que elas queiram. E eu posso. Eu sei. Como sei que você também pode. Já que você chegou até aqui, algo em você já decidiu, falta somente a tua decisão ser total para que seja criatura unica e completa, pois assim poderemos ser criadores de arabescos com as ligações que as estrelas fazem no céu e também tornarmo-nos pequenos escritores de alguns minutos espalhando palavras no mundo.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Verborragia da ira

Mendigos de afetos, cristos maltrapilhos e santas de altar ignorantes.
Emitam cuspidelas em suas faces como sons mudos.
Se tu viu os expoentes de tua geração nas ruas
Procurando uma dose forte de qualquer coisa
Eu temo em lhe dizer que vi meus próximos assim
Os ídolos, os expoentes eu ignorei
Atropelei a todos como um trator
Cuja carcaça é feita de força confiante
Fúria e ardor convulsivo

Febrilmente pois tu faz o melhor
A poucas léguas de distância
Sou feito das palavras carnosas
Invólucros e resquícios de simulação
Mas aqui fico atordoado
Pois do meio de tanta raiva
Sempre surge, serpenteando por entranhas
afastando aquilo que parece sufocar
buscando ar
um sentimento de serenidade que ameniza
De tudo e mais um pouco de tudo

Mas olho-te, enervo-me
Digo que te odeio e tento te profanar
E disso tudo ainda borbulha em mim
Um desejo de carinho, calor e paixão tenra
Sou assim tão doentio?
Confusão
Turbilhoar e socos da maré nos rochedos
Das opções que tenho agora, uma em cada mão
Ambas não me são sedutoras

Lapidando certos cristais
Do gosto azedo da decepção
Do alto custo da cobrança para consigo mesmo (a)
E quando eu brado e grito palavras de confiança
E que são para alentar teu coração aflito
Parece que tu não acredita nelas
Como se fossem espirros lisérgicos
Ou simplesmente de um trágico personagem
Dissimulado e que
Ao mesmo tempo é enternecido

Vinte e um anos
E tomando por licença poética
Roubando e  modificando,
A frase de um amigo
Supostamente parece que não vivi a idade que eu tenho.

"Pois se tenho 21 anos, não significa que eu vi somente 21."


Dos versos verborrágicos eu passei distante, admito isso sem medo de ser falso modestamente.
São tão minhas e tão de vocês essas palavras.
Nutram o sentido que for possível e caso queiram saber a ocasião que me leva a escrever, perguntem sem demora. Sou pouco adepto dos círculos ou dos passos cambaleantes quando tentarão proferir palavras para mim.

Pois como disse um certo poeta (?)



"O poeta faz-se vendo através de um longo, imenso e sensato desregramento de todos os sentidos."


"ALCHIMIE DU VERBE"



terça-feira, 13 de setembro de 2011

12/09/2011 – 10:44


           Essa falsa clareira me recorda as letras balzaquianas, que jorravam romantismo e como o velho Chabert, as pequenas planicies saltavam em varios e pequenos sepulcros. O Sol sempre queimava e ainda queima minhas roupas. Minhas lentes laqueiam minha visão e descambo como uma avalanche, que vai levando tudo o que encontra e torna-se mais e mais densa.
          Como mármore, estátua sob o escaldo, peço, rezo e imploro as carniças, as crianças e aos amantes, que agora, nesse exato instante, seja vazio pelo vazio. Ventre descolorido, e o que eu deveria dizer há de ser dito, ainda mais quando não parece ser bem vindo. As palavras saem, são expelidas, tossidas de minha postura heraldica, nobre e tola forma de ser escritor nessa manhã quente.
          Aqui sou rei do mundo, unico soberano e dou voz, falo em nome dos estranhos, dos tristes, dos que passam frio nas frontes, no lugar dos vencedores, dos que sufocam seus gritos bestiais, dos brutos, daqueles que falam de amorosidade, de amor e das flores com suas pétalas banhadas de orvalho.

Esvaziado.
Enfim.
Mas sinto que..
Sinto que...

          Sinto que me olham agora com indiferença e medo de encontrar mais um ser, um espirito produtivo e criativo das meias horas, delirando e gozando das letras, com a serenidade que guardei em um canto e por vezes julgo que a deixei em algum canto.
Olha-me e finge que não existo. Mas na verdade é uma doçura filha do medo.
Quando chamam a mim e não respondo, sou agora um algoz, nada de ser unicamente um servo.
Dessa forma, exulto meu peito confiante!

12/09/2011 – 10:44

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Desprovido do sentido


(...) o que me toca em um animal, a primeira coisa é que todo animal tem um 
mundo. É curioso, pois muita gente, muitos humanos não têm mundo. Vivem a vida de todo mundo, 
ou seja, de qualquer um, de qualquer coisa, os animais têm mundos. Um mundo animal, às vezes, é 
extraordinariamente restrito e é isso que emociona. Os animais reagem a muito pouca coisa. Há 
toda espécie de coisas... (...)


L'Abécédaire de Gilles Deleuze
A de Animal



Nil

          Tudo isso é filosofia! Você tem o mau costume de fazer filosofia com qualquer ninharia. Se está chovendo, filosofia... dói o dedo, filosofia... cheira queimado, filosofia. E quando eu ouço filosofar sobre essas besteiras, começo a pensar, sem querer, que a alfabetização não é tão útil a todos, não...



Pequenos Burgueses
Máximo Gorki

Salve

O blog carrega um gosto de eternidade. Aqui eu nunca me importei com a quantidade de leitores. Aqui eu sou roubado e sou um ladrão de língua ácida.

Ao me roubarem, levem tudo que é meu, mas não levem minhas amorosidades, a força produtiva, o fogo que alimenta e consome minha, nem aqueles que eu sei que amo ou aqueles que poderei chorar assim que eu ver partir. Caso contrario leve de uma vez minha vida, pois sem uma das coisas que eu acabo de lhe citar, maldito ladrão, seria o mesmo que não viver. Seria respirar debaixo da terra, seria caminhar cadavericamente, seria viver na ausência do que é viver.

Salve aos poetas.
Salve aos amantes.
Salve aos filósofos.
Salve aos bêbados.
Salve as mulheres e suas doces delicadezas.
Salve aos galantes.
Salve aqueles que sabem poder mais do que fazem.
Salve aos leitores.
Salve aos salvadores.
Salve aos escritores.

Os miseráveis

Entre a miséria financeira do professor, fatídico mestre, prefiro a do artista, do poeta, do dramaturgo, do pintor, cantores, compositores, dos escritores, dos pensadores de meia hora edos copos de água ou dos cálices de vinho.

A miséria existencial dos artistas é para mim, menor que a dos mestres, dos guias ou dos que abriram todo um caminho entre a mata fechada. Só levam onde podem e/ou querem.
Ensinar, seja lá o que seja o ensinar, o conhecer, o pensar, as sinapses e tudo mais que essa realidade irreal permite que nos seja permitido, é uma via de mão única, suspiro muitas vezes autoritário, sufocante, fixador e condicionante. Talvez não passe de obediência.

A desordem dos pensamentos, as misturas possíveis das cores ou os manuscritos sempre me permitiram maior liberdade.

Oh, fala o autor astuto. Herdeiro do trono renegado.
Oh, grande descendente dos povos do frio.
Quanto orgulho a ser expedido.
Tentem professar, profetas dos últimos séculos a força criativa, a poesia feroz e lacerante.
Tentem professar, profetas dos últimos século as compressões do tempo.
Tentem professar, profetas dos últimos século a capacidade de emergir minimo diante do oceano.
Tentem professar, profetas dos últimos século o impossível de professar.


Entre a miséria da mente do professor, fatídico mestre, prefiro novamente a do artista, pois a do segundo, não parece tão miserável.
É inventiva.
Mas do que isso, é criativa.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011


Elena
         Sabe... eu vou confessar uma coisa... Sou muito dura, muito insensível... Eu não consigo gostar das pessoas infelizes... O senhor entende, existem pessoas que se sentem infelizes sempre: ponha sobre a cabeça dessas pessoas o Sol em vez do chapéu, enfim, a coisa mais deslumbrante do mundo... e elas continuarão a se queixar: "Ah, como eu sou desgraçado, como eu vivo só, ninguém me dá atenção, a vida é triste, angustiante, entediada, começa e recomeça..." Quando eu vejo esse tipo de gente, eu sinto uma vontade má de faze-las mais desgraçadas ainda!...

Teteriev
            Minha cara senhora, agora é minha vez de confessar: não suporto ouvir mulher filosofando, mas quando a senhora filosofa, eu sinto vontade de beijar suas mãos...

Elena (maliciosa)
             Só quando eu filosofo?... (Percebendo) E eu brincando enquanto lá dentro está uma pessoa sofrendo...


Pequenos Burgueses - Máximo Gorki

            Eu não queria sentir tuas dores, ser tão intimo da tua nervura... Eu queria ter uma força cativa. Eu não interpreto um cadáver egoísta, eu não um drama protagonizado por santos ou um robô criado para ser preenchido por entranhas. Tenho para quem chorar, sei de quem pode chorar por mim e convulsivamente, sou teu cúmplice aflito e envolvido por rebuscada (?) tormenta. Não lembro mais do que você me disse, mas eu lembro e por um curto prazo eu tive a certeza de desejar ser frio e ao derreter, pelo calor do mundo, evaporar e voltar ao iceberg, aos pontos mais gelados desse universo. Não haveriam de notar minha falta. Diante de mim, hoje, notei que marcham tropas inteiras, passam ao longe galeões de madeira nobre cujas velas desfraldadas possuem uma figura esférica que detona direção. Parto ou fico? Deixo algumas poucas noites escritas com todos vocês? Continuo por essa viela lúgubre e sufocante ou me permito respirar o hálito fresco de novos lugares? Tantos tons desafinados de despedida e impactos que encerraram algo que não havia começado e que iniciam um pranto que nunca havia terminado.

Deixo o meu silêncio, jamais a minha ausência, por mais que eu tenha que sair as pressas...

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Meus olhos enxergavam algo que nunca me foi possível ver.


Como pode, esse teu pranto.
Essa tua tristeza amortalhar Tudo que fui hoje? Vá e visite o préstito
E saiba que não é do teu triste viver
Que faço degrau para o que escrevo
Mas estranho e sinto pesar
Tudo o que teu coração chora
Afogo-me em um ardente gole
Em brasas engulo do soluço

Mas essa leviandade
Esse peso, desafio de Atlas
Amortecem no reino de Hades
Reinam sobre as roseiras do Olimpo
E nem conheci
Nunca vi ou ouvi Mas de ti, por saber do quanto é triste
Não quero por muito me alongar
Ou dizer o indizível Fixava as vertigens. Mas elas não se fixavam. Fixava as vertigens. Mas elas não se fixavam. Fixava as vertigens. Mas elas não se fixavam. Fixava as vertigens. Mas elas não se fixavam. Fixava as vertigens. Mas elas não se fixavam. Fixava as vertigens. Mas elas não se fixavam. Fixava as vertigens. Mas elas não se fixavam. Fixava as vertigens. Mas elas não se fixavam. Fixava as vertigens. Mas elas não se fixavam. Fixava as vertigens. Mas elas não se fixavam. Fixava as vertigens. Mas elas não se fixavam. Fixava as vertigens. Mas elas não se fixavam. Fixava as vertigens. Mas elas não se fixavam. Fixava as vertigens. Mas elas não se fixavam. Fixava as vertigens. Mas elas não se fixavam. Fixava as vertigens. Mas elas não se fixavam. Fixava as vertigens. Mas elas não se fixavam. Fixava as vertigens. Mas elas não se fixavam. Fixava as vertigens. Mas elas não se fixavam.


Teu olho mirava a tua existência, de longe, como um astro que inunda em chamas um pedaço do universo.
Os vazios se preenchiam de nada. Mas o nada nutria, alimentava era força... De alguma forma...



Hoje e agora me bastam as palavras, pois agora sei, que onde eu achava que não havia de encontrar lágrimas, derramei oceanos.

sábado, 3 de setembro de 2011

A Peste em "Estado de Sítio"


De resto, nada disso impede o sentimentalismo. Amo os pássaros, as primeiras violetas, a boca fresca das jovens. De quando em quando, é refrescante e é verdade que sou idealista. Meu coração... Bem, sinto que me estou enternecendo e não quero ir mais longe. Resumamos, somente. Trago-vos o silêncio, a ordem e a absoluta justiça. Não vos peço agradecimentos: o que faço por vós é muito natural. Mas exijo vossa colaboração ativa. Meu ministério começou.

PANO


Fim do 1º Ato.
A velha poesia tinha boa parte na minha alquimia do verbo.

Rimbaud