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sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

No universo eterno,
o cosmo como um oceano,
cada gota como um tempo.

domingo, 17 de janeiro de 2016

Ah.... Minhas vertigens
Milhares, tonturas apraziveis
Tudo! Agora!
Imensidões diante das mãos
Inalcançáveis e extensos
Poucos centímetros me parecem infinitos
Em frenesi é preciso cada vez mais
Mais rápido, menos sono, velocidade.
Não posso parar, não quero parar.
Há muito no mundo e tão pouco tempo eu tenho
Socorro!
Quero entender mas não posso perder o turbilhonar dos pensamentos
Se faço um apelo é aos humanos
Outros seres não importunarei com meus problemas
Pois dos deuses e de Deus já visitei o crepúsculo
Visitar templos? Só simbiótico ao cavalo.
Pois bem!
Heroís decrépitos aqueles cujos vermes comem o corpo morto
Mártires e santos aqueles cujos vermes comem o corpo vivo.

terça-feira, 28 de julho de 2015

Sob os auspícios da concórdia, cria-se um algoz

Minhas multidões, por vezes, vivem em comum
Para os fartos de uniformidade, um filho.
Minha diferença e minha repetição.
Meu outro, um oceano.

Assim, na escuridão que nada vejo,
Os olhos dele enxergam além.
Se da solidão eu faço por banquete,
Ele precisa de milhares de vozes
Para que a virtualidade da sua principiante vida
Não para todo o sempre estanque.

O agridoce conforto é que
Do solo viemos e ao solo temos de retornar.
Eis então, os segredos do consenso,
da indiferença e da morte,
Pois no sono eterno, todos vivem a concordar

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Alimentaram um seleto grupo de crias.
Mastigavam, mastigam
e davam da própria boca.
Em verdade, vomitavam a seus herdeiros miseráveis
Jamais existiram boas intenções.

Aquela comida não era a nutrição
cujos corpos necessitavam.
Cresceram bestiais
Não possuíam a beleza curiosa das quimeras.
Verdadeiros demônios.
Criaram monstruosidades.

Monstros mudos
Sem órgãos
Mas que comunicam-se entre si
Entendem sem entender
Que a vida e o alimento que precisam ainda há de vir.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Os meus papéis velhos, queimei.
Jamais havia incendiado meu passado escrito.
O fogo crepitava, ardia
E cada letra inflamada, a mim consumia.

Talvez eu finalmente tenha entendido,
O terror e a aurora do Vesúvio sobre Pompéia
Ou o ardor de Nero sobre Roma.
Ao lado, olhinhos a brilhar de curiosidade.

Pois saiba meu pequeno,
Um dia serei centelha.
Ficarei menor que essas cinzas,
Ou desintegrarei como carniça.

Por isso te imploro agora,
Não se atrele a mim, nem a você
nem a ninguém
Pois um dia você sera centelha de alguém.

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Alimentaram um seleto grupo de crias.
Mastigavam, mastigam
e davam da própria boca.
Em verdade, vomitavam a seus herdeiros miseráveis  
Jamais existiram boas intenções.

Aquela comida não era a nutrição 
cujos corpos necessitavam.
Cresceram bestiais
Não possuíam a beleza curiosa das quimeras.
Verdadeiros demônios.
Criaram monstruosidades.

Monstros mudos
Sem órgãos
Mas que comunicam-se entre si
Entendem sem entender
Que a vida e o alimento que precisam ainda há de vir.

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Olá aos céus

Ornei vários túmulos
Segui alguns préstitos
Velei pais e avós
Corri entre mortos
Sinto o adeus para um amigo
Sinto-me frágil e desolado
Dentre nossas tropas de resistentes,
Na tua despedida, fico balbuciando:
E agora, o que sera de nós?
De todas as grandes asneiras, tolices e idiotices
riso gozado e coração melado de tangão
Vai-te, Fausto
E não resisto a pensar na aposta
Não resisto a seguinte analogia.
Sendo ao som do templo dos cães
e sobre um tal de olá ao Paraíso.
Mas talvez seja onde cujos anjos dizem:
Respire esta alma!


Vai deixar saudades, grande artista que foi, Fausto Fanti.