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terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Sépia

Ofegante e transpirando
Eu corria naquele campo
Agora ele era tão verde
E o ceú tão azul
Eu nunca mais quero sair dele

Porém
Olhava ao redor
Buscava um norte
E sair dessa gelatina
Encontrei tantos outros

Precisávamos todos juntos de mais parafusos
Contemplar somente com os olhos parece que já não basta de mais nada
Tem de se fantasiar, saturar as cores e usar do sépia
A falta de cores, o cinza é mais belo do que o simples vislumbrar

E por tras de tantos sorrisos
havia esse muro
O que nos falta?
Não conseguimos fazer parte
Rasgamos de seu e do nosso couro
Bebemos diariamente o nosso sangue
E deliciam-se com as dores

Haviam mariposas voando, graciosamente por entre os ramalhetes
Tão coloridas, sobre o sépia natural do trigo
Rodopiavam em frente aos meus olhos
Como se fossem apontar o caminho
E eu corria, corria e não encontrava um destino
E quando me dei conta havia andado muito, mas não havia saido de lugar algum.