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terça-feira, 13 de setembro de 2011

12/09/2011 – 10:44


           Essa falsa clareira me recorda as letras balzaquianas, que jorravam romantismo e como o velho Chabert, as pequenas planicies saltavam em varios e pequenos sepulcros. O Sol sempre queimava e ainda queima minhas roupas. Minhas lentes laqueiam minha visão e descambo como uma avalanche, que vai levando tudo o que encontra e torna-se mais e mais densa.
          Como mármore, estátua sob o escaldo, peço, rezo e imploro as carniças, as crianças e aos amantes, que agora, nesse exato instante, seja vazio pelo vazio. Ventre descolorido, e o que eu deveria dizer há de ser dito, ainda mais quando não parece ser bem vindo. As palavras saem, são expelidas, tossidas de minha postura heraldica, nobre e tola forma de ser escritor nessa manhã quente.
          Aqui sou rei do mundo, unico soberano e dou voz, falo em nome dos estranhos, dos tristes, dos que passam frio nas frontes, no lugar dos vencedores, dos que sufocam seus gritos bestiais, dos brutos, daqueles que falam de amorosidade, de amor e das flores com suas pétalas banhadas de orvalho.

Esvaziado.
Enfim.
Mas sinto que..
Sinto que...

          Sinto que me olham agora com indiferença e medo de encontrar mais um ser, um espirito produtivo e criativo das meias horas, delirando e gozando das letras, com a serenidade que guardei em um canto e por vezes julgo que a deixei em algum canto.
Olha-me e finge que não existo. Mas na verdade é uma doçura filha do medo.
Quando chamam a mim e não respondo, sou agora um algoz, nada de ser unicamente um servo.
Dessa forma, exulto meu peito confiante!

12/09/2011 – 10:44