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sexta-feira, 4 de junho de 2010

Onde vivem

O introspectivo em silêncio
Só escuta e nada fala
Cada palavra dita em melancolia
De tão devagar atinge o nada

Seus urros sonolentos
No escuro do banheiro
Lágrimas de tormentos
Estremecia por inteiro

Amar e (n)(?) ser amado
Mordem os dedos
No olho marejado
Frágil em expor os medos

A fria parede
Que a febre esfria
Não chorou muito
Mas expirou a dor que sentia

Habitavam florestas
Penhascos e desertos
Fossas e quentes testas
Mas mantinham corações abertos

Viviam a anos
Orgulho, teimosia
Morte, fragilidade
Ciumes e possessão

Com seus próprios pés
Embaixo da cama
Dentro do guarda roupa
Monstros cujo sangue derrama

Infantil, obsceno
Esconde-se na sombra
Fruto de tanto medo
E um vigilante que o ronda

Vejo faz tempo
Internos e desalmados
Vejam vocês agora
Estes monstros malfadados