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terça-feira, 13 de março de 2012

Quando consegui
Que houvesse silêncio em mim
Notei-me arrogante e pedi
Para o mundo também ficar quieto
Quando me calei por inteiro
E poucas boas noites de sono vieram,
Finalmente eu ouvi as lamúrias
Que eram nebulosas e inaudíveis
Pelo estrépito do espirito

Essas doses, hoje tão ausentes
Construíam um suporte
Pois quando me deti
Vi o suporte
Que haviam em mim
Sempre será um riso
Gargalhada do idiota
Mas os ouvidos só serão abertos
Para poucas bocas

Demônio vaidoso
Bastardo dos meus terrores
Filho de cenho luzidio
Por sonhos e pesadelos
Vai embora e deixa para mim
Somente o sono
Descanso frugal
Já que contei as estrelas
E contei por tanto tempo
Do que eu fazia
Desenhei números na minha testa
Cometi descasos com o infinito
Sem saber do infinito que há em mim

Ofereço uma taça do vinho mais tórrido
Ardente de sabores e capaz de embriagar
Com seu cheiro
Cultivado com uvas verborrágicas
E envelhecido nas vinícolas de ardentes paixões
Fico torpe com próprias nervosidades
Pois se as ardências do vinho, provem de sua cor
Eu já deveria saber que meu sangue sempre fora
Da cor mais rubra e corria nas veias mais dilatadas
Mas nunca fui o melhor ou o pior por isso
Sempre fui algo que nunca soube ser