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domingo, 2 de outubro de 2011

Amém


      Missões malfadam. No seios das nobres alianças e quartos trevosos. Você vem ao meu encontro e me diz contos escabrosos, diz-me de gentalha medíocre, tão covarde e pobre de caráter e espirito quanto a ti, a quem chamam viciado. Dou me conta agora, que também espero minha catarse, em visões diferentes. Meu corpo, físico cessa e fica espatifado, migalhas que tenho de juntar enganando a outrem e também a mim...

     Teu demônio e teu deus habitam a mesma cela. Ambos tateiam paredes em torrentes de luz. Regozijo de ira, noções verbosas a quem chamaram de verdades. Quanto é de incomodo e de meu espanto ao ouvir isso sobre mim. Aqui, isolado, os sons plásticos ao fundo, mascaras cobrindo bocas, cobrindo a minha boca. Tentam respirar e mastigam as fibras que são engolidas em um movimento único e também sufocante.

     A ira, as vinhas odiosas eu nunca lhe apresento, pois sei que lhe faria temer e assustaria o mais devoto dos prantos ensurdecedores e aterrorizados. Digo isso e ainda tentaria explicar para quem, cada trecho seria. Controle insentido de significados. Onde eu pertenço? Este mundo? Ao mundo dos vermes? Ao mundo dos ditos animais? Ao mundo dos canalhas? Ao mundo que caminham os espíritos? Oh doce e melancólico sabor da ilusão e da breve solidão. Caminhem das montanhas. Venham ao meu encontro e no meu ultimo suspiro, naquele estertor da morte, digam ou me façam acreditar que minha vida valeu a pena, que tenha sido um pouco poeta, escritor, crédulo, cético, vilão, vitima... Todo alguém e que seja parte do mundo e uma certeza da centelha do universo.

     Que assim seja.