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quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Verborragia da ira

Mendigos de afetos, cristos maltrapilhos e santas de altar ignorantes.
Emitam cuspidelas em suas faces como sons mudos.
Se tu viu os expoentes de tua geração nas ruas
Procurando uma dose forte de qualquer coisa
Eu temo em lhe dizer que vi meus próximos assim
Os ídolos, os expoentes eu ignorei
Atropelei a todos como um trator
Cuja carcaça é feita de força confiante
Fúria e ardor convulsivo

Febrilmente pois tu faz o melhor
A poucas léguas de distância
Sou feito das palavras carnosas
Invólucros e resquícios de simulação
Mas aqui fico atordoado
Pois do meio de tanta raiva
Sempre surge, serpenteando por entranhas
afastando aquilo que parece sufocar
buscando ar
um sentimento de serenidade que ameniza
De tudo e mais um pouco de tudo

Mas olho-te, enervo-me
Digo que te odeio e tento te profanar
E disso tudo ainda borbulha em mim
Um desejo de carinho, calor e paixão tenra
Sou assim tão doentio?
Confusão
Turbilhoar e socos da maré nos rochedos
Das opções que tenho agora, uma em cada mão
Ambas não me são sedutoras

Lapidando certos cristais
Do gosto azedo da decepção
Do alto custo da cobrança para consigo mesmo (a)
E quando eu brado e grito palavras de confiança
E que são para alentar teu coração aflito
Parece que tu não acredita nelas
Como se fossem espirros lisérgicos
Ou simplesmente de um trágico personagem
Dissimulado e que
Ao mesmo tempo é enternecido

Vinte e um anos
E tomando por licença poética
Roubando e  modificando,
A frase de um amigo
Supostamente parece que não vivi a idade que eu tenho.

"Pois se tenho 21 anos, não significa que eu vi somente 21."


Dos versos verborrágicos eu passei distante, admito isso sem medo de ser falso modestamente.
São tão minhas e tão de vocês essas palavras.
Nutram o sentido que for possível e caso queiram saber a ocasião que me leva a escrever, perguntem sem demora. Sou pouco adepto dos círculos ou dos passos cambaleantes quando tentarão proferir palavras para mim.

Pois como disse um certo poeta (?)



"O poeta faz-se vendo através de um longo, imenso e sensato desregramento de todos os sentidos."


"ALCHIMIE DU VERBE"