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segunda-feira, 30 de abril de 2012

Pra lá, pra cá

Melhor não olhar pra minha mão,
Se aponta para lá ou pra cá.
Não confie no que ela diz,
Sei não, mas acho melhor você confiar
No teu senso de direção.

Mostra de lá a cá,
Mas não queira acompanhar.
Rápida do mágico é a mão,
Como a bala disparada do canhão.
E ando tanto de lá pra cá,
Que até parece que o chão vai afundar.

Pra lá!
Que pra um outro é cá.
É meu caminho pra ir,
Mas pra alguém é só o de voltar.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Traçado bobo

Quando saio por aí,
Traço dois caminhos.
Um pra voltar,

Outro pra ir.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Dormir

É piscar os olhos,
Mas não passam segundos
Correm horas.
É o tempo intenso,
Que a gente não vê passar

domingo, 1 de abril de 2012

Contrações

Pasmo fiquei
Assim que notei
O espasmo é aquele,
Pasmo no passado?
Ou pasmo no presente?

Pasmo por um espasmo

Ao ouvir que a Lua parecia estar mais próxima da Terra e no mesmo instante perceber que nem de longe ou ao lado da Lua poderia ter notado aquilo, como em um pequeno espasmo, ficou pasmo.

Concordou com a proximidade da Lua e logo em seguida passou para os rebuliços rotineiros que vivem a turbilhonar sua cabeça. Essa Lua de tão próxima lembrava o rosto de uma mulher naquela proximidade que existe antes de um primeiro beijo e que pode ser imperceptível.

O tempo fica por um instante breve e longamente imóvel, a relatividade dele é experimentada naqueles poucos segundos. A face daquela que será beijada parece estática e onde o único sinal de vida é o brilho dos olhos refletindo a luz do ambiente como se fosse um espelho ausente de prata, mas composto de uma textura que é visivelmente úmida e enternecida por vontade e de um desejo que só pode ser medido por aquele que também a olha. A aproximação parece lenta como os ponteiros do relógio que ficam tortos vagarosamente no seu eixo só para marcarem as horas, minutos e segundos. Tudo parece lento, mas também intenso.

Como a Lua em sua proximidade está envolta do negro do céu, tudo naquele instante também fica sem cor, mas enegrecido por culpa das pálpebras fechadas por dois desejos e dois desejantes, algo que normalmente acontece de forma tão abrupta que nem percebemos e temos a impressão de estarmos constantemente acordados e alertas para tudo que passa ao nosso redor. Os olhos parecem não se fechar no dia a dia. Tudo fica preenchido de volúpia, um sabor quente e umidificado se torna realizado e com um cuidado redobrado tudo se toca sem saber o que se espera dos próximos segundos, horas e dos outros encontros.