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sexta-feira, 2 de dezembro de 2011



Chegará um dia em que todas, todas as faces nas ruas irão parecer belas, onde todas as pessoas deixarão transparecer uma beleza que de tão sóbria e cansada deixará cada admirador extasiado e tão confuso que vai ser preciso frequentar tantos locais diferentes buscando fixar os pensamentos, os desejos e os medos.

As rugas, as marcas do tempo, os olhares desgastados, as unhas roídas, pés instáveis, cabelo por cortar ou pentear, um óculos torto, uma maquiagem borrada ou um andar irresoluto por culpa da embriaguez... Tudo isso é de uma beleza e de uma sensibilidade, hmmm... Uma beleza rota, isso, belezas rotas.

Tão apaixonantes quanto as faces, corpos bem torneados, peles bronzeadas, felicidades tão efêmeras quanto um Tweet (sim, vamos falar sobre algo do presente), são as tristezas, os sibilos de solidão, os urros de boa noite, as faces assimétricas, a vontade -ou a falta dela- de escrever o que bem entender na internet, no guardanapo, no caderno, em um naco de pacote de pão, Apaixonantes também são os corpos fora de padrões e com detalhes indesejados como um uns quilos extras, um riso e um aceno tímido. Apaixonantes como são as texturas das calçadas, das paredes ou a luz do poste aqui da janela.  Aconchegante também. Saber que todas as pessoas tem seus temores, inseguranças, desejos, expectativas e que por vezes elas também são entediantes, irritantes, angustiadas e com problemas para resolver...

Parece loucura, mas se não der para apreciar, apaixonar, e se entregar a todas essas coisas, eu sinto como perder uma grande parcela do que é a vida e do que seria o viver e eu sentiria como perder quase todo o possível, quase tudo que essa existência me dá. Eu tento fazer algo da única vida (como disse um filosofo e um amigo filosofo). Talvez eu só tenha e só tente aproveitar a minha única unicidade.

Mas que seja, por mais que escreva tudo isso, uma viagem só é feita de si para só.
Essa é um "tiquinho" da minha viagem, e que viagem diga-se de passagem hein haha