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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Os meus papéis velhos, queimei.
Jamais havia incendiado meu passado escrito.
O fogo crepitava, ardia
E cada letra inflamada, a mim consumia.

Talvez eu finalmente tenha entendido,
O terror e a aurora do Vesúvio sobre Pompéia
Ou o ardor de Nero sobre Roma.
Ao lado, olhinhos a brilhar de curiosidade.

Pois saiba meu pequeno,
Um dia serei centelha.
Ficarei menor que essas cinzas,
Ou desintegrarei como carniça.

Por isso te imploro agora,
Não se atrele a mim, nem a você
nem a ninguém
Pois um dia você sera centelha de alguém.

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Alimentaram um seleto grupo de crias.
Mastigavam, mastigam
e davam da própria boca.
Em verdade, vomitavam a seus herdeiros miseráveis  
Jamais existiram boas intenções.

Aquela comida não era a nutrição 
cujos corpos necessitavam.
Cresceram bestiais
Não possuíam a beleza curiosa das quimeras.
Verdadeiros demônios.
Criaram monstruosidades.

Monstros mudos
Sem órgãos
Mas que comunicam-se entre si
Entendem sem entender
Que a vida e o alimento que precisam ainda há de vir.