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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

A vergonha também inibida por forças externas e igualmente medíocres


Quem sou?
Sou eu,
Querendo ser Artaud.
Vencido por tropas e estandartes de preguiça,
De um vazio que só é faminto por si mesmo.
Canibal, neurótico e com neurônios devorando glóbulos.
Vigio-me, torturo-me e dito confuso:
- Sou meu próprio ditador. Sim,sou. Ave!

Calado, na tão falante noite, expurgo.
Êxodo de demônios cujo seu sangue é ódio.
Vertigens. O mundo não para. A noite bate a porta
Exigindo seus minutos de volta. O pior exemplar de minha herança,
Uma vergonha para a espécie, para a família e para o espirito.
Agora sou Rimbaud, e por tantos habitarem em mim, já não consigo ter um eu.
Sou Withman
Sou tantos que pareço desfigurado,tosco, roto e desgranhado.
A minha vergonha e ter de ser o que sou.

Lutei com Aníbal, Napoleão, Bismarck
Na Sibéria, no Golfo 
Nunca lutei como luto contra minha alma
E jamais havia viajado como consigo delirar em mim.

De mediocridade meu coração é cheio.
Sou o santo dos robôs 
E o déspota dos vagabundos.
A intensidade da morte e a tolice de a querer
A essa vida castrada e condenada por neurotizações toscas
Onde a preguiça e o desprazer tem heráldicas atestando sua soberania
Sou o mais baixo dos gauleses
Resta-me a barbárie