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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Para os que foram, os que vão e para aqueles que estão indo agora

Aturdido e atônito
Essa tua ausência de dizeres que criam uma brecha
Que amarrotam o fio, torcem ele de forma imprecisa
Quantas lágrimas eu já fiz alguém derramar
Aquelas do pranto triste e da felicidade atordoante
Aquela lágrima confusa, que se faz dividida
Escorre na face e tem um sabor doce e também amargo


Enviem cartas
Vãs tentativas de atender
Ah, e se assim eu me for?
Se me restam 24 horas?

Divino em horários
Preciso como uma bala.

Chute, cuspa, esmurre teu féretro.
Corpo ardiloso que escorre e tento manter


Oh, como tu és interessante.
Parcas palavras, parcos pensamentos.
Aqui eu noto o abismo novamente.
Vejo uma linha que diz: Ou tu te forças e fica aqui, vil pedregulho
Ou salta e poderá enxergar nem que por um breve momento
durante teu rápido salto, o horizonte
e além do horizonte, as tormentas que vem ao teu encontro
e depois dessas, a calmaria do céu.


Não sabes como lidar
Esse silêncio bobo
Ou talvez temeroso (que é o que eu mais temo que aconteça)
É chance para outras gargantas gritarem por entre as vielas
Que eu aqui caminho
Ah doces permissões
Concessões para os nobres
Permita-se
Sem medo, diga o que te vem a mente
Ou o que irá te surgir na cabeça


Que noite...
Qual noite...
Essa noite...
Alguma noite...