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terça-feira, 4 de outubro de 2011

Antes dos sonhos


Na próxima esquina eu vou tentar encontrar algum autor pra citar. Parecer inteligente e ser o novo salvador do mundo. Mas no fim, só queria me desfazer de todos os livros que eu tenho e troca-los por uma simples serenidade e por belas palavras para acompanhar uma boa noite de sono.

Meus desejos são tão piegas e tão profundos quanto os desejos de qualquer um, a diferença é que desenvolvi a doença de rebuscar tudo que é falado. Escapei (?)  de que é possível dar algum sentido a existência por meio de texto em Arial 12 e espaçamento 1,5? No fundo, todo mundo sabe que a importância de uma filosofia é a mesma que a escolha de colocar cobertura ou não em uma taça de sorvete. Que a diferença entre um cachaceiro e Heidegger é minima. Ou como disse o cantor Falcão :

"Não sei se foi o Voltaire, ou foi um bodegueiro que disse"


Quanto mais você abre livros, pensa em especializações, tentar encontrar respostas para coisas que no fundo sabemos ser insondáveis, construir modelos educacionais, administrativos, políticos, sociais, culturais, identitários e tantos outros conceitos tão absurdos ou "irreais" quanto se pensar a metafisica ou se deus é destro ou canhoto, você se dá conta de que os outros se encontram afastados, longínquos e tentar lhe alcançar. Não existe ponte, corda ou passagem para que todos cheguem ao teu encontro. Nesse caso, cada um fica nos deleites da criação das barganhas, ou seja, não passamos de criadores baratos de barganhas.