Quando nos pegamos absortos em pensamentos e em lembranças, em especial da nossa infância, tentamos entender o motivo de existir uma linha tão tênue entre ambas fases. Certas lembranças não vão embora por que porque, porquê, por quê?
Não sei.
Mas talvez não exista linha, muito menos como corda sobre um abismo, e que leve para algum lugar. Nela somente pende um "fim". Um turbilhão de imagens, sons, gostos e cheiros enquanto outros supostamente estão atrofiados!? Tornamo-nos verdugos de nossa existência, um mestre que chicoteia as próprias costas por não saber aproveitar cada espaço único. Sei lá, mas podemos ser fiéis a certos sentimentos, eles retornam somente de forma mais cruel, ou mais tenra...
Vou me indo, um café me espera para dar adeus a meus olhos semicerrados e um sentimento de frustração me invade, não fui chamado para o casamento do William e da Kate.
sexta-feira, 29 de abril de 2011
domingo, 24 de abril de 2011
sexta-feira, 22 de abril de 2011
Mas ainda publico aqui, quase tudo o que eu escrevo.
Se achei que iria encontrar um modo de esvaziar o que sentia, encontrei um motivo para abraçar o medo, a infelicidade e a angustia. Fiéis companheiras.
Mas há espaço onde não se penetravam mais certas felicidades e quando surgem tomam conta como luminosos raios, brilhando sobre certos cantos escuros e mostrando o belo que há nas sombras. Isso pois ainda não desenvolvi os olhares para enxergar no escuro, uma vista sem adaptação, fraca e míope, uma vista mediadora, mas que ainda enxerga.
Das páginas do caderno de minha vida, deixo a vocês certos pedaços, migalhas que desejo compartilhar, como pedaços de pão ao alimentarem bocas famintas. Compartilho-as pois as vezes estou farto do meu alimento. Alimente-se de mim ou não. Cuspam fora o que vos escrevo, mastiguem e engulam como desejo de saciedade ou ignorem como tudo que passam por nós cotidianamente.
Por vezes sinto-me malditamente belo, louco, envergonhado e intrometido. Necessidade de aprovação, por mais que nunca caiba julgar aquilo que é escrito do mais intimo, tudo aquilo que somente cada um de nós pode criar. Voltar-se para si mesmo, e assim passar longe aos burburinhos dos outros. Dessa forma, abstenho-me de criticar outros escritos, mas não consigo abster-me de ser criticado.
Mas ainda publico aqui, quase tudo o que eu escrevo.
Cada vez que escrevo é como respirar após emergir de fossas abissais.
Sair de perto de estranhas criaturas que os olhos não conseguem penetrar.
Coroado de desejo em falar. Mas leio o que eu acabo de escrever e falo para cada uma dessas palavras
"Voltem aqui, não vamos mostrar os dentes tão facilmente."
Engraçado que sinto a vontade de dizê-las...
Cada palavra disparada abre espaço para que outras venham em seu lugar.
Quando cada lamento, cada suspiro, sussurro, choro, sorriso, pulsação, beijo, abraço, aperto, angustia, medo, calor, frio, tosse, espirro, suor, paixão, amor, guerra, paz, conflito, discussão e conversa viram palavras, poesia, prosa ou vento abrimos espaço para cada uma dessas coisas ou de outras que não escavamos no momento.
Escravo e algoz da próprias palavras, onde nunca consegui desvencilho delas.
quinta-feira, 21 de abril de 2011
Quero congelar momentos, moléculas, átomos e reações químicas.
Luas que se deslocam.
Eternizar abraços, beijos e caricias.
Guardar para o universo palavras e sensações.
Segurar nervos, texturas e pele.
O universo estático onde só corpos se moviam.
Tudo tão meu e de você também.
Preencher as páginas da história com realizações tão pessoais.
domingo, 17 de abril de 2011
Quarto
Onde procurei viver sob um filete de luz que entrava por uma pequena janela, tateio as paredes em meio ao breu, não buscando entender os contornos ou a arquitetura do quarto da vida.
Mas buscar uma porta e não para sair. Somente se deslocar, conhecer novos espaços e talvez de forma incerta afirmar que sei para quais lados posso andar. Acostumar a visão em novos espaços e com isso não tropeçar com tanta constância.
sábado, 16 de abril de 2011
Estruturas Oceânicas
O oceano uma estrutura, as ondas conjunturas e os acontecimentos as espumas que recobrem essa imensidão. Quero saber de onde vem o vento que move as ondas, o que tem nas fendas mais abissais e todas as vidas de correm nessas águas. Os continentes que esse oceano alcança ou onde as ondas quebram de pouco me importa.
sexta-feira, 15 de abril de 2011
Após o livro mais belo que já li
Se eu trago de ti bifurcações
Se ao tornar real o indizível
Onde as palavras e nem os sentidos penetram
Quero saber por quais motivos trago-te aqui dentro
Sem possibilidades de explicar o que significas para mim
Ou que trazes em teu peito
Sombras, dias cinzas, solidão e tristeza
De onde extrair coisas belas
Com sinceridades escritas do óbvio
Mas com sentidos e expressões tão gratificantes
Com tamanha beleza, impossível de medir
Mas simplesmente fácil de sentir
Vejo em cada esquina, curva, dobra, pedra
Sopro, sussurro, conversa, reação, química
Cerebral, fenômeno, espiritual, sangue, tempo
Espaço, direção o que me talvez é reservado
Se ao tornar real o indizível
Onde as palavras e nem os sentidos penetram
Quero saber por quais motivos trago-te aqui dentro
Sem possibilidades de explicar o que significas para mim
Ou que trazes em teu peito
Sombras, dias cinzas, solidão e tristeza
De onde extrair coisas belas
Com sinceridades escritas do óbvio
Mas com sentidos e expressões tão gratificantes
Com tamanha beleza, impossível de medir
Mas simplesmente fácil de sentir
Vejo em cada esquina, curva, dobra, pedra
Sopro, sussurro, conversa, reação, química
Cerebral, fenômeno, espiritual, sangue, tempo
Espaço, direção o que me talvez é reservado
domingo, 10 de abril de 2011
Gradientes
As luzes de cor laranja projetam-se sobre os corpos, enquanto a sombra que toma contornos que beiram o cinza recobrem o outro lado.
Sob um céu antes azul e onde agora degladiam-se com ele cinza, vermelho e amarelo e onde as cores no chão ficam enfraquecidas.
Opacamente vivas e sentidos pulsantes sob uma vontade preguiçosa e sem prazer algum.
Diante de queijos e vermes, onde delimitam-se aspectos, tendencias para que um sono venha veloz e deixe para outra hora um travesseiro caótico.
Microimportâncias, microestruturas, micropessoas, microhistórias, microorganismos e microsentidos.
Para alguma coisa sempre há de servir não é!?
Sob um céu antes azul e onde agora degladiam-se com ele cinza, vermelho e amarelo e onde as cores no chão ficam enfraquecidas.
Opacamente vivas e sentidos pulsantes sob uma vontade preguiçosa e sem prazer algum.
Diante de queijos e vermes, onde delimitam-se aspectos, tendencias para que um sono venha veloz e deixe para outra hora um travesseiro caótico.
Microimportâncias, microestruturas, micropessoas, microhistórias, microorganismos e microsentidos.
Para alguma coisa sempre há de servir não é!?
sábado, 9 de abril de 2011
Alice disse...
A História vive atrasada diante de si mesma. Um reflexo tão lento quanto o vidro que derrete constantemente. O coelho branco caosmótico.
sexta-feira, 8 de abril de 2011
Na falta de palavras...
Cada palavra é uma vida, uma duração, um singelo, poderoso movimento e caso você queira, é dogma.
Gestação de palavras, impossíveis de antecipar, mas tão adiantadas naquilo que me debruçarei em seguida.
Leio. Amarroto-as, encontro suas lacunas, abismos, labirintos e universos.
Algumas desfalecem, morrem ao fim de uma leitura.
Outras nos avassalam.
Algumas poucas nos deixam sem saber o que dizer.
E essas são as que mais nos importam em saber.
Gestação de palavras, impossíveis de antecipar, mas tão adiantadas naquilo que me debruçarei em seguida.
Leio. Amarroto-as, encontro suas lacunas, abismos, labirintos e universos.
Algumas desfalecem, morrem ao fim de uma leitura.
Outras nos avassalam.
Algumas poucas nos deixam sem saber o que dizer.
E essas são as que mais nos importam em saber.
Assinar:
Postagens (Atom)