Aqueles três colegas sentaram-se inesperadamente na mesa do bar. Bebiam destilados e cerveja. Mais ainda, bebiam de suas tristezas, amarguras e da inseparável solidão. Buscavam afogar detalhes de suas vidas, paixões e amortecer a rigorosa existência. Chamaram para perto desconhecidos e blasfemaram todas as crenças, certezas e duvidas possíveis. Eram sátiros embriagados quando um deles disparou:
- Este acredita na vida, esse outro acredita no amor.
O crente da vida completou :
- Ele acredita na descrença.
Riram feito devotos, padres e juízes com a certeza de suas incertezas.
Despediram-se e deixaram latejar na hora da despedida palavras pouco afetuosas, mas que continham uma sinceridade inabalável e que no fundo todos os três sabiam que uma hora ou outra deveriam ser ditas.
Apreciaram aquela noite como se fosse a ultima e sabendo que poderia ser impossível de repeti-la. Uma repetição não somente em estado mas também em condições de convivência.
Voltaram para casa e com o sono sufocaram tudo o que havia acontecido.
Estavam supostamente revigorados.
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