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quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

E se eu te disser que eu sou...

A Construção

Separando, dividindo
Seleccionando, organizando
Senhor antropólogo, teorize a unidade
Pontífices, aceitem as concepções
Qual a razão de tanta conceituarão?

O pós, tornando-se passado cada vez mais
Não quero ouvir comparações
Quero ouvir fala-se em respeito
Biólogo, mostre-nos o quanto somos tão animais
Psicólogo, não me tire a subjectividade

Como lábios mornos e húmidos
Escrever e sonhar são coisas prazerosas
Não sou a verdade
Muito menos a mentira
Sou a construção

Filósofo, não mate a minha consciência
Historiador, interprete a todos os fatos ao invez de apontar com os dedos
Juiz, faça jus de seus termos
Moralidade construída, afasta-me da insegurança
Com regras de ouro entalhadas em pedra

Acadêmico sonhador, não ache que tudo que fale é novo ou bonito
Professor, não fique só nos discursos e na individualidade dos interesses
Com riffs e voz faço disso minha obra
Governante, não deixe a ''racionalidade instintiva irracional" aflorar após tantas pontuações
Se eu morresse agora, eu tenho certeza que não teria contribuído

Como lábios mornos e úmidos
Escrever e sonhar são coisas prazerosas
Não sou a verdade
Muito menos a mentira
Sou a construção

Teórico, faz sua parte, mas faça-se presente em sua teoria
Inteligentzes, fodam-se todos vocês
Eu e muitos também pensamos e sabemos o que queremos
Maldita Creel, que essa minha arrogância não me mate...

Como lábios mornos e úmidos
Escrever e sonhar são coisas prazerosas
Não sou a verdade
Muito menos a mentira
Sou a construção

Sou a construção...


Escrito em um momento perturbado, texto discordante também, porém aí fica meu desabafo...

6 comentários:

Taba Ferraz disse...

Hey, juvenil!!!!!(Lucas)
curto suas traduções, curto tanto que peguei carona nesse barco, confira lá no "Paris tropical" a minha tradução, avalie, afinal, me inspirei em você.....
Essa musica que você postou por ultimo é do "Pelé", neh?

Lerichsen disse...

Na verdade eu mesmo que escrevi ela cara.

Marco Aurélio disse...

Massa cara, gostei mesmo... você musicou? Vai dar um belo punk à lá bad religion haha =P

J. disse...

eu gostei muito... mas tenho algumas chatisses historiográficas para apontar na construção... =D



Estou numa disputa insana com o akinator... mas já achei 6 nomes q ele não adivinhou... hahahaha

maik disse...

Gostei do seu texto...
Necessita apenas de uma revisão!
As questões do significado que vc aponta no poema é bom, é uma análise do problema do significado como conceito, ou seja, as estruturas criadas pelo antropólogo, filósofo, psicólogo, etc. A sua crítica, pelo que percebi, está relacionada a prisão do determinismo, em que o antropólogo sistematiza, o filósofo critica a estrutura e o psicólogo descontrói a nossa subjetividade, criada por essas entidades que nos determinam valores e normas sociais.
Dai surge a pergunta: a sociedade é louca, e os tidos como "loucos" por ela, não são os verdadeiros "normais"?
É esse problema que trata o Deleuze e o Guatarri no livro - mil platôs, capitalismo e esquizofrenia.
A questão é : somos os anormais porque vivemos em sociedade, que nos regulamenta, normatiza e conduz a nossa vida?
O poema seu, foi o grito do esquizofrênico que mora em vc, o ser que deseja a liberdade.
Gostei mesmo, você a cada dia me surprende com a sua capacidade de analisar a existência. Você pode ser um bom sociólogo!
Abraços

Jessica Leme Santos disse...

eu tmbm sou construção...enfim gostei de descobrir seu blog por acaso e gostei mais ainda do seu texto =D