quinta-feira, 10 de maio de 2012
A palavra, só um dos redutos da expressão, só mais um dos estimulos da comunicação, tem uma textura anti ética.
Sendo só uma palavra, a dor por exemplo, perderia sua aspereza e seu uso acabaria se tornando descuidado.
Quando se faz poesia, torna-se experimento.
Salvemos boa parte da poesia, ácida e feroz. Pois, enquanto isso, dobramos e queimamos a nossa própria lingua.
A linguagem humana, por muito tempo sendo tratada como o principal diferencial da existência dos homens com as outras espécies,banalizou indiretamente a vida. Se fosse uma moeda, seria do mais puro ouro.
Porém, seu valor oscilaria constantemente entre altos e baixos na balança comercial do universo.
Creio eu que não é só com a carne que experimentamos expressões e sensações.
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Um comentário:
Esse texto eu já li no facebook, acho que é do Luís Fernando Veríssimo ou do Caio Fernando de Abreu, não lembro...
Na seriedade, muito bom! Me lembrou de uma das tantas ideias que tive para escrever um romance e que não levei para frente. Esse lance da palavra como riqueza em contínua valorização/desvalorização.
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