quinta-feira, 11 de agosto de 2011
1º ato das experimentações
(Muitos sons vem de algum local que lembra um corredor, passos apressados, tosses, vozes inaudíveis, risos parcos e alguns soluços distantes)
O Médico :
Qual o nome dele?
A Mãe :
Oh, ainda não havia pensando, nem ao menos sei qual o seu sexo.
(Ela deixa o rosto franzido em sinal de duvida por usar a palavra sexo, quando pensara em varias outras que supostamente se encaixariam melhor e deixa escapar um suspiro de quem está exausto)
O Médico:
Sabe que isso é importante, como ele poderá ficar rolando pedras morros acima?
A Mãe :
Mais absurdo que escolher um nome ou ditar qual a relação que irá ter... É muito cedo para as regras não?
( A mãe olha para um canto e com a cabeça baixa continua)
A Mãe :
Talvez você tenha razão, meu filho terá um nome e será mais que admirado como meu clone. Será meu resquício anamórfico... Oh criança, dou lhe uma máscara e cubro teu rosto já mascarado, mas, que esse mundo absurdo lhe indique onde sempre buscar novas faces dentro desse nosso infinito arsenal.
(Um som parecido com uma pequena explosão vem rompendo de algum canto daquele local onde estão os personagens e enquanto as cortinas vão sendo fechadas lentamente, o médico fala olhando para fora do palco)
O Médico :
Será que fui correto em todo esse diálogo? Minha dicção foi correta? Prefiro acreditar que criei algumas palavras novas, essa é a maior escapatória dos indecisos e daqueles que se dizem artistas.
(Com as cortinas já fechadas, é possível ouvir uma sonora gargalhada do médico).
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