De todas as máscaras que temos
Se assim as reconhecemos
Quando colega, juiz, padre
Amante, parente ou amigo
Vem nelas tentar escarrar
É formidavelmente triste
E ardilosamente cruel
Saber qual delas a próxima usar
Assim não sucumbimos quando um outro
Vem a cada um de nós desmascarar
Se nossos personagens por tempos
Já vem aterrorizar
Narciso não jaz por ser belo
Mas por ter conhecido
Aquilo que nem sabia ter concebido
E pensar que o teatro grego acabou quando o último soldado persa naquela região marchou
Um comentário:
Cara, ainda sobrou alguns atores gregos performáticos nesse mundo, principalmente nos Sescs Pompéias da vida.
Agora, você escreveu cousas( fiquei nostálgico ao ler agora pouco um texto portugues de portugal)muito difíceis, até mesmo dolorosas.
Mas enfim: amigos, famílias, amores e tudo isso, é um jogo, né cara. As pessoas criam papéis e vivem a representá-los nessa mentira toda. Mas, acho eu, deve haver um enfrentamento nisso tudo. " Um exercício de despersonificação", como diria o Deleuze.
O seu texto - seu blog como um todo - é essa luta, esse confronto agonístico. Mas é doloroso, muito doloroso lutar assim...
É como se perdêssemos a pele a cada texto escrito, deixamos no vivo mesmo, pra depois cicatrizar levemente, daí arrancamos com um novo texto.
Mas é assim, é fácil tirar as máscaras alheias, invocar uma falsidade no mundo, no outro, um seriedade e uma boa consciência de sí próprio pra denegrir o outro; mas o difícil mesmo é retirarmos nossas máscaras, retirar só pra ver o que tem por baixo, e assim infinitamente...
Beijão
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