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sábado, 19 de junho de 2010

Uma sincera pobreza

Perseguia aquele ser
Não sabia onde estava
Nem ao menos o podia ver.
O medo em seu corpo pulsava

Com pequenas chamas
E passos lentos
Deitados em camas
Mantinham-se atentos

Encontrava um demônio
De caçador virou caça
Sendo assim suponho
Morou sempre em sua casa

Correu desesperado
Portas de vidro
Paredes brancas lado a lado
O caminho anterior havia sumido

Sabia que dormia
E ainda não queria despertar
Já cansado corria
A espinha gelada a atormentar

Não faz sentido
Contar um pesadelo
Asas haviam crescido
Não havia como detê-lo

Saltou do arranha-céu
As costas rasgavam
Como um fino véu
Grandes asas brotavam

Iria abraçar o pó
Sentiu o Sol que o aquecia
O mesmo que o queimava sem pena
O Sol como divindade de ira

Não sabia a quem escrevia
Nem mesmo o que sentia
Se alguém o lia, mas sabia
Conjugava verbos errados sempre que podia

Crer na dor?
Talvez
No amor?
Talvez

O que faltava era um tempero
Um sabor
Um equilíbrio para ser inteiro!?
Já sentia o calor.

Quero crer
Não é a dor
Que move um ser
Mas o amor

Seja lá o que for amado
Bem, mal, certo ou errado
No fundo, todos temos isso !?
Aqui, preso e trancafiado

Um comentário:

J. disse...

mas as pessoas temem.
Como se o trancafiado fosse a mais incerta das realidades.

Quem nunca temeu que jogue pedras. No fim, alguém corre, some, ou algo do tipo.

Parece uma poesia do FP, seu texto.