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terça-feira, 28 de julho de 2015

Sob os auspícios da concórdia, cria-se um algoz

Minhas multidões, por vezes, vivem em comum
Para os fartos de uniformidade, um filho.
Minha diferença e minha repetição.
Meu outro, um oceano.

Assim, na escuridão que nada vejo,
Os olhos dele enxergam além.
Se da solidão eu faço por banquete,
Ele precisa de milhares de vozes
Para que a virtualidade da sua principiante vida
Não para todo o sempre estanque.

O agridoce conforto é que
Do solo viemos e ao solo temos de retornar.
Eis então, os segredos do consenso,
da indiferença e da morte,
Pois no sono eterno, todos vivem a concordar

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Alimentaram um seleto grupo de crias.
Mastigavam, mastigam
e davam da própria boca.
Em verdade, vomitavam a seus herdeiros miseráveis
Jamais existiram boas intenções.

Aquela comida não era a nutrição
cujos corpos necessitavam.
Cresceram bestiais
Não possuíam a beleza curiosa das quimeras.
Verdadeiros demônios.
Criaram monstruosidades.

Monstros mudos
Sem órgãos
Mas que comunicam-se entre si
Entendem sem entender
Que a vida e o alimento que precisam ainda há de vir.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Os meus papéis velhos, queimei.
Jamais havia incendiado meu passado escrito.
O fogo crepitava, ardia
E cada letra inflamada, a mim consumia.

Talvez eu finalmente tenha entendido,
O terror e a aurora do Vesúvio sobre Pompéia
Ou o ardor de Nero sobre Roma.
Ao lado, olhinhos a brilhar de curiosidade.

Pois saiba meu pequeno,
Um dia serei centelha.
Ficarei menor que essas cinzas,
Ou desintegrarei como carniça.

Por isso te imploro agora,
Não se atrele a mim, nem a você
nem a ninguém
Pois um dia você sera centelha de alguém.

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Alimentaram um seleto grupo de crias.
Mastigavam, mastigam
e davam da própria boca.
Em verdade, vomitavam a seus herdeiros miseráveis  
Jamais existiram boas intenções.

Aquela comida não era a nutrição 
cujos corpos necessitavam.
Cresceram bestiais
Não possuíam a beleza curiosa das quimeras.
Verdadeiros demônios.
Criaram monstruosidades.

Monstros mudos
Sem órgãos
Mas que comunicam-se entre si
Entendem sem entender
Que a vida e o alimento que precisam ainda há de vir.