Sobre o que uns diziam ser louco e outros que era só teimosia
Quem naquela estrada passava,
sempre encontrava um homem que
por mais alto que fosse o matagal
teimava de encontrar seu caminho,
ali na beirada da estrada.
teimava de encontrar seu caminho,
ali na beirada da estrada.
Alguns o perguntavam:
“O que você ainda faz aqui?”
“Vá seguindo esse caminho já pisoteado,
pois tem cidade ali em frente. Lá tem cama, comida e água quente.”
E aquele sujeito que para alguns era só
mais um coitado,
louco ou pobre diabo, relutante respondia:
“Não sei, não quero. Minha morada é onde
ninguém tem moradia.”
“Não a conforto que conforte a mente.
E
sei que há um caminho fora dessa estrada. Sempre há!”
Caravanas, mercadores, tropas, cortejos,
viajantes e tudo mais que se pode imaginar.
Por vezes, até a cidade o homem ia, mas ao
chegar lá,
percebia uma noite mais fria, faces opacas
e uma comida amarga.
Na calada da madruga partia,
e o sereno
mais que um cobertor o acolhia.
Famintos, desabrigados e viciados,
na saída da cidade de tudo se via.
na saída da cidade de tudo se via.
Sua cabeça? Nem gorro aquecia. No caminho,
trocavam um pão, um tijolo e o que mais
fosse
Só por um pouco de sua sabedoria.
E, depois te ser ido ao seu abrigo,
no fim da noite, enquanto o clarão do dia
rugia,
voltava a beira da estrada e quem
novamente o avistava
Dizia :
“Deve ser só teimosia”.
“Deve ser só teimosia”.
Pois, junto as pedras com que ficava
Sabia que ao meio delas
o seu caminho iria pisar.
E assim espera, todo dia.